
Em entrevista sedida ao jornalista Egberto Siqueira, do Blog da Feira, importante veículo da imprença digital baiana, o Mestre Bel, coordenador geral do Malungo, avalia a política cultural em Feira de Santana-BA e faz algumas provocações. Segue na íntegra o texto da entrevista:
“O Pró-Cultura é um paliativo barato”
Em entrevista ao Blog da Feira, o historiador e mestre de capoeira Bel Pires fez duras críticas ao tratamento dado pelo Governo à produção cultural de Feira de Santana. Segundo ele, os grupos artísticos precisam criar as próprias condições de trabalho porque não existe uma política pública na cidade.
“O Pró-Cultura funciona como um paliativo barato e os grupos políticos que dirigem a máquina pública não concebem esse fomento à cultura como obrigação”, destaca. Ainda segundo ele, os artistas acabam fazendo cultura com o dinheiro do bolso. Os benefícios financeiros do Estado ou do Governo Federal ainda acontecem de forma tímida.
Em entrevista ao Blog da Feira, o historiador e mestre de capoeira Bel Pires fez duras críticas ao tratamento dado pelo Governo à produção cultural de Feira de Santana. Segundo ele, os grupos artísticos precisam criar as próprias condições de trabalho porque não existe uma política pública na cidade.
“O Pró-Cultura funciona como um paliativo barato e os grupos políticos que dirigem a máquina pública não concebem esse fomento à cultura como obrigação”, destaca. Ainda segundo ele, os artistas acabam fazendo cultura com o dinheiro do bolso. Os benefícios financeiros do Estado ou do Governo Federal ainda acontecem de forma tímida.
“O Espaço Quilombola é uma piada”
Sobre o espaço dado às manifestações culturais afro, como a capoeira, o samba e as entidades carnavalescas, Bel Pires acredita que boa parte vive por conta própria. ‘’O Espaço Quilombola, criado no circuito da Micareta, é uma piada. Nós não temos festivais, não temos concursos, não temos editais, não temos nada. E ainda têm que aguardar aquela migalha da Micareta”, reclama.
Bel Pires afirma que as iniciativas privadas dependem das articulações desses mesmos grupos com seus pares de outras regiões. E o poder público, segundo ele, raramente apóia os poucos eventos do gênero que acontecem em Feira de Santana.
Sobre o espaço dado às manifestações culturais afro, como a capoeira, o samba e as entidades carnavalescas, Bel Pires acredita que boa parte vive por conta própria. ‘’O Espaço Quilombola, criado no circuito da Micareta, é uma piada. Nós não temos festivais, não temos concursos, não temos editais, não temos nada. E ainda têm que aguardar aquela migalha da Micareta”, reclama.
Bel Pires afirma que as iniciativas privadas dependem das articulações desses mesmos grupos com seus pares de outras regiões. E o poder público, segundo ele, raramente apóia os poucos eventos do gênero que acontecem em Feira de Santana.
Secretaria de Desenvolvimento Social ignora as manifestações culturais
“Essa Secretaria não entende que o fomento às práticas culturais simbólicas faz parte desse conjunto de bens sociais da comunidade. Se entende, está longe de desenvolver políticas nesse sentido”, frisou.
Para ele, esse tipo de ação somada ao acesso à escola de qualidade, alimentação, emprego e lazer constituem elementos fundamentais para o desenvolvimento social de qualquer cidade.
Bel Pires vê na valorização das manifestações da cultura uma forma do município acolher os indivíduos socialmente. No entanto, a arte acaba sendo excluída das ações e recursos originados da Secretaria de Ação Social do Município.
“Quantos artistas saíram de Feira?”
A lógica de mercado para Bel Pires não tem muito segredo: ao estimular a cultura na cidade, o município também aquece o mercado cultural e, consequentemente, impulsiona a economia local. “Quantos artistas saíram de Feira para tentar viver de sua arte em outros municípios, como na capital, e até mesmo em outros estados e países? Não preciso ir para Salvador para pagar o ingresso de um belo festival. Feira pode me proporcionar isso. Meu consumo seria aqui mesmo”, explica.
o município também poderia colher frutos deste mercado. Para chegar a esta conclusão, Bel Pires cita os encontros de capoeira, que atraem pessoas de vários países para Feira. Esses "turistas" acabam viajando para Salvador, Cachoeira ou para o litoral por falta de atração turística em Feira. “Se não temos política cultural, dificilmente teríamos condições de explorar o nosso potencial turístico, principalmente no que tem chamado de Turismo Cultural. Investir em cultura é também investir na economia local", observa.
“Essa Secretaria não entende que o fomento às práticas culturais simbólicas faz parte desse conjunto de bens sociais da comunidade. Se entende, está longe de desenvolver políticas nesse sentido”, frisou.
Para ele, esse tipo de ação somada ao acesso à escola de qualidade, alimentação, emprego e lazer constituem elementos fundamentais para o desenvolvimento social de qualquer cidade.
Bel Pires vê na valorização das manifestações da cultura uma forma do município acolher os indivíduos socialmente. No entanto, a arte acaba sendo excluída das ações e recursos originados da Secretaria de Ação Social do Município.
“Quantos artistas saíram de Feira?”
A lógica de mercado para Bel Pires não tem muito segredo: ao estimular a cultura na cidade, o município também aquece o mercado cultural e, consequentemente, impulsiona a economia local. “Quantos artistas saíram de Feira para tentar viver de sua arte em outros municípios, como na capital, e até mesmo em outros estados e países? Não preciso ir para Salvador para pagar o ingresso de um belo festival. Feira pode me proporcionar isso. Meu consumo seria aqui mesmo”, explica.
o município também poderia colher frutos deste mercado. Para chegar a esta conclusão, Bel Pires cita os encontros de capoeira, que atraem pessoas de vários países para Feira. Esses "turistas" acabam viajando para Salvador, Cachoeira ou para o litoral por falta de atração turística em Feira. “Se não temos política cultural, dificilmente teríamos condições de explorar o nosso potencial turístico, principalmente no que tem chamado de Turismo Cultural. Investir em cultura é também investir na economia local", observa.
“O feirense não está preocupado com os bastidores do evento cultural”
Na última parte da entrevista, Bel Pires fala sobre o comportamento da comunidade. Ele acredita que o feirense ainda desconhece como é feita a produção cultural na cidade. “O feirense se queixa das condições materiais nas quais o evento foi oferecido, o preço do ingresso e até a qualidade do som. Mas não questiona a ausência de artistas locais nos festejos públicos, o valor diferenciado entre artista da grande mídia e os poucos da terra em festas realizadas com o dinheiro público”, pontua.
Para finalizar, Bel Pires pede maior cumplicidade do feirense com os artistas e produtores culturais do município. “Quanto a nós, intelectuais, artistas, pequenos produtores e sonhadores devemos, pelo menos, discutir o problema, o que não está acontecendo ainda efetivamente. A cultura na cidade também é nossa responsabilidade", concluiu.
Fonte: http://www.blogdafeira.com.br/
Na última parte da entrevista, Bel Pires fala sobre o comportamento da comunidade. Ele acredita que o feirense ainda desconhece como é feita a produção cultural na cidade. “O feirense se queixa das condições materiais nas quais o evento foi oferecido, o preço do ingresso e até a qualidade do som. Mas não questiona a ausência de artistas locais nos festejos públicos, o valor diferenciado entre artista da grande mídia e os poucos da terra em festas realizadas com o dinheiro público”, pontua.
Para finalizar, Bel Pires pede maior cumplicidade do feirense com os artistas e produtores culturais do município. “Quanto a nós, intelectuais, artistas, pequenos produtores e sonhadores devemos, pelo menos, discutir o problema, o que não está acontecendo ainda efetivamente. A cultura na cidade também é nossa responsabilidade", concluiu.
Fonte: http://www.blogdafeira.com.br/
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