Pular para o conteúdo principal

Sobre o Curso de História Social da Capoeira



Entre os dias 11 e 15 de maio ocorreu em Belém o Curso História Social da Capoeira, promovido pela Escola de Governo do Pará – EGPA. A princípio, o prof. Augusto Leal, membro do Malungo, foi convidado a ministrar o referido curso devido sua experiência no assunto, contudo não foi possível realizar o projeto devido o mesmo não poder estar em Belém por ocasião do período de efetivação da proposta. Felizmente o curso foi mantido e a substituição foi bastante adequada, pois o curso acabou sendo ministrado pelo professor Carlos Eugênio, importante historiador da capoeiragem carioca. Nós do Malungo Centro de Capoeira Angola parabenizamos a iniciativa do governo paraense e consideramos uma vitória o projeto do curso com tal abordagem. Há muito tempo que Augusto e Bel vêem reinvidicando o respeito à temática da capoeira no espaço de saber acadêmico. Suas atuações nesse sentido deram-se tanto em meio à prática da capoeira como na elaboração de suas pesquisas de formação e estudo. Os primeiros resultados ocorreram quando suas próprias pesquisas foram transformadas nos livros NO TEMPO DOS VALENTES, de Bel, e A POLÍTICA DA CAPOEIRAGEM, de Augusto. Tratar a história da capoeira como história social é considerá-la em sua real importância para a sociedade brasileira. Com isso pretendemos despertar o leigo acerca da importância da capoeira e o capoeira sobre a necessidade de conhecer sua história e lutar por seus direitos.



O objetivo da oficina “História Social da Capoeira” foi principalmente desvincular a imagem da capoeira “do ócio, do não-trabalho”, como explica o professor Carlos Eugênio: “A capoeira faz parte da história do trabalho. E só conhece essa vertente quem a estuda como componente histórico e não só cultural. Por isso, ao estudar a história da capoeira é possível desmistificá-la da vadiagem, do não-trabalho”.
In http://www.escoladegoverno.pa.gov.br/noticias/86.asp

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"História vista de baixo" - o Contramestre Bel é o mais novo colunista do Portal FS

Samba, Cabaré e Polícia na Feira de outrora Denominada princesa do sertão baiano, Feira de Santana já gozava, nas décadas de 1930 e 1940, de importante prestígio, já tendo sido, inclusive, objeto das mágicas lentes de Pierre Verger, artista francês radicado na Bahia. Sua história tem sido ao longo dos anos associada a uma cidade que tem origem em um importante comércio de gado e sua principal identidade social constituída em torno da “cidade comercial”. Entretanto, pode-se explorar outros importantes aspectos da história de Feira de Santana, a exemplo das experiências culturais negro-africanas ali constituídas, este é o caso dos sambas que tinham como cenário as contagiosas noites dos cabarés feirenses. Este breve ensaio de reflexão, que ora apresento aos leitores, inaugura a mais nova coluna do PORTAL FS, intitulada “História vista de baixo”, justamente por se tratar das histórias daqueles indivíduos, grupos e culturas que não conheceram a pena que pintou os compêndios sobre a Bahia

Vicente Sales, autor de "O negro no Pará", recebe título de Doutor Honoris Causa

O Malungo Centro de Capoeira Angola, parabeniza o professor Vicente Sale pelo reconhecimento oficial de sua obra, a qual inclui importantes estudos sobre a cultura afro-amazônica. O professor Vicente Sales é um dos responsáveis pela introdução dos estudos da capoeira no Para tendo influenciado o treineu Algusto Leal em seus trabalho de pesquisa especialmente o que deu oriegem ao livro "A política da capoeiragem" (Edufba, 2008), bibliografia de consulta obrigatória para as atuais pesquisa sobre o tema no Brasil. Salve então ao mestre Vicente Sales. Segue a nota extraída do site da UFPA: Um dos intelectuais mais notáveis do Estado, Vicente Juarimbu Salles, recebeu da Universidade Federal do Pará (UFPA) a outorga do título Doutor Honoris Causa, o mais alto dos graus universitários, normalmente concedido a personalidades que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou do melhor entendimento entre os povos. A conces

FEIRA DE SANTANA: A CAPOEIRA NA “PRINCESA DO SERTÃO”

Texto extraído do livro: “A capoeira na Bahia: História e Cultura Afro-Brasileira” (Instituto Maria Quitéria – no prelo). Autoria do Contramestre Bel, mais um fruto dos projetos do Malungo. A origem da Cidade de Feira de Santana remete ao período colonial. Surgiu de um povoado humilde, onde as casas eram cobertas com palhas, piso de terra batida e paredes de barro amassado, conhecido no sertão nordestino como taipa. As casas e ruas eram iluminadas com lamparinas e lampiões a querosene. Localizada a aproximadamente 110km de distância da Cidade do Salvador, no sentido norte da Bahia, e gozando de certo prestígio no tocante à autonomia política e econômica da Capital, Feira de Santana se tornou ao longo do tempo a maior cidade do interior baiano, com uma população de quase 600 mil habitantes e um dos maiores centros de capoeira do Nordeste. Por razões como estas, em 1919 o senhor Ruy Barbosa, ilustre político baiano, a batizou como “Princesa do Sertão”. A história da Capoeira e