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Mulheres, irmãs de travessia

As sociedades, especialmente as ocidentais, foram constituídas sobre valores masculinizados, denotando em muitas situações a cultura machista destas sociedades. Isto não foi diferente no Brasil. O adágio “cadeia foi feita para homem” é um exemplo disto. Essa foi uma das muitas idéias que moveram o mestre Bel e o treinel Augusto Leal a escreverem sobre mulheres capoeiras no livro Capoeira, identidade e gênero. Neste trabalho revelaram histórias de mulheres pobres e marginais, muitas das quais habilidosas capoeiras. Mulheres estas que nem sempre são lembradas nas campanhas midiáticas em torno do 8 de março, dia internacional das mulheres. São para essas mulheres que dedicamos essas linhas, mulheres malungas, irmãs de travessia.
Maria, Joana, Alice, Francisca, Tônha, Judite são apenas alguns dos nomes de mulheres simples da sociedade brasileira que não são contempladas nas colunas Vips dos jornais da cidade, nos programas de TV, a não ser quando se tratam de problemas sociais como desastres ecológicos e criminalidade. Ou ainda das propagandas de campanha política. Mas essas mulheres existem em outros espaços da vida social, são elas verdureiras, artesãs, merendeiras, mães, professoras, amigas, irmãs, vizinhas, capoeiras, etc, etc, etc.
As mulheres pobres e marginalizadas de sociedades tem uma história, ou melhor, outras histórias, pois são outras mulheres, as quais arrancam nessas breves linhas incansáveis aplausos em forma de homenagem pelo seu dia.
Ficam aqui as mais sinceras felicitações a essas mulheres pelo seu dia!

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